Gary
Kasparov (1963)
Nascido
em 13 de abril de 1963 em Baku, Azerbaijão - URSS.
Kasparov aos dez e onze anos já demonstrava dotes incomuns,
dono de um estilo agressivo, ia derrotando seus adversários
com muita técnica e perfeição. Kasparov estudou
xadrez na famosa "escola de Botvinnik", aos onze anos,
obteve um resultado excelente contra os principais grandes mestres
soviéticos numa simultânea com relógio e deu
trabalho a Karpov e Kortchnoi. Então sucedeu-se um relativo
retrocesso: ele competiu duas vezes, aos treze e quatorze anos,
no Campeonato Mundial de Juniores, sem vencê-lo. Por algumas
vezes se ouvia falar no fenômeno Kasparov, seus resultados
até então não eram de tanta significância.
Mas, suas conquistas de 1978 trouxeram a resposta. Primeiro, Kasparov
venceu um forte torneio soviético de convidados, o Sokolsky
Memorial; depois, venceu um torneio suíço de 64 competidores,
entre mestres e grandes mestres, o que o qualificou diretamente
para a final do Campeonato Soviético. Sua estréia
causou um rebuliço internacional: obteve 50% dos pontos possíveis
e derrotou o candidato ao título mundial, Polugaievsky, com
um criativo sacrifício de bispo! Como resultado desse sucesso,
a Federação de Xadrez da URSS enviou-o a um forte
torneio de grandes mestres em Banja Luka Iugoslávia, no verão
de 1979, onde com exceção do campeão local
- ele era o único não classificado como grande mestre.
A contagem de Kasparov em Banja Luka superou até as conquistas
precoces de Spásski e Fischer. Ele liderou desde o início,
e atingindo a marca de mestre internacional com cinco rodadas de
folga e conquistou o título de grande mestre antes do final.
As marcas principais nesse evento histórico foram: Kasparov
(URSS) 11,5 em 15 pontos possíveis; Smejkal (Checoslováquia)
e Anderson (Suécia) 9,5, Petrossian (URSS) 9,0. No verão
de 1980, Kasparov venceu em Baku e tornou-se o grande mestre mais
jovem do mundo. Quando Kasparov ainda era desconhecido, seu mentor
Botvinnik declarou: "O futuro do xadrez está nas mãos
deste garoto". A previsão de Botvinnik e Leonard Barden,
de que Kasparov seria campeão mundial em 1990, fizeram rir
os especialistas, o que mudou depois de Banja Luka. Kasparov, enquanto
isso, manteve os pés no chão. Admitiu que sonhava
com o título mundial, mas, seguindo a tradição
de autocrítica de Botvinnik, afirmou que considerava pontos
fracos sua defesa e seu jogo em posições simples.
Botvinnik comentou que, mesmo aos dez anos, ele se impressionara
com, a habilidade de Kasparov em visualizar rapidamente um grande
número de variantes complexas. Quais são os segredos
técnicos Kasparov? Variações de enfoque são
uma de sua características: no Campeonato Soviético
e em Banja Luka, ele abriu vitoriosamente com e4, d4 e c4. Poucos
anos depois, Botvinnik criticou enxadristas do mundo todo, principalmente
os mais jovens, por se interessarem apenas por partidas práticas
e não pelo levantamento caseiro de novas idéias e
por escrever análises para as revistas de xadrez. Após
cada vitória de Kasparov, o jornal 64 publicava a partida,
seguida de profundas observações de autocrítica
feitas pelo jovem mestre.
Parece claro que Kasparov não teme adotar linhas cruciais
em aberturas excessivamente analisadas. Quando ele o faz, costuma
revelar evidências de seu próprio trabalho caseiro.
Se a partida se torna uma confusão tática, ele consegue
abrir caminho entre as complicações e descobrir uma
linha que dê maiores dificuldades para seu adversário.
Kasparov também superou o recorde histórico do Fischer
ao estabelecer a maior marca de rating FIDE. Devido a uma discussão
com o presidente da Federação Internacional de Xadrez
(FIDE), Kasparov perdeu o título para seu rival Anatoly Karpov,
coisas de campeão.
|